Desmistificando o DDD: Um Guia Prático

Domain Driven Design

Desmistificando o DDD: Um Guia Prático


Introdução

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O DDD é uma abordagem de design de software que visa criar sistemas que realmente reflitam as necessidades de negócios, focando no domínio da aplicação. Em vez de começar com a tecnologia, o DDD propõe que a gente comece entendendo o problema que queremos resolver, ou seja, o domínio.

O que é Domínio?

Em DDD, o domínio é o “coração” do negócio, o problema que o software se propõe a resolver. Ele engloba todos os processos, regras e peculiaridades do negócio. Por exemplo, em um sistema bancário, o domínio pode incluir áreas como investimentos, cartões, contas bancárias e empréstimos.

Os 3 Pilares do DDD

O DDD se sustenta em três pilares principais:

  • Linguagem Ubíqua: É a criação de um vocabulário comum entre desenvolvedores e especialistas do domínio (pessoas que conhecem o negócio a fundo). Essa linguagem deve ser usada em todas as conversas, documentações e no código. Por exemplo, em um sistema de biblioteca, todos devem entender o que significa “empréstimo”, “livro”, “usuário”.
  • Contextos Delimitados: Em projetos grandes, é comum ter diferentes áreas com suas próprias regras e peculiaridades. Os Contextos Delimitados servem para quebrar um domínio complexo em partes menores, onde um modelo específico é definido e aplicável. Cada contexto tem sua própria linguagem ubíqua, e os limites são definidos para evitar que a complexidade de um contexto contamine o outro.
  • Mapeamento de Contexto: O Mapa de Contexto mostra como os diferentes Contextos Delimitados se relacionam. Ele define as conexões e interações entre esses contextos, ajudando a entender como o sistema funciona como um todo. Por exemplo, em um sistema de e-commerce, os contextos de catálogo de produtos, carrinho de compras e pagamento são interligados, mas cada um tem suas próprias responsabilidades.

Design Estratégico e Tático

O DDD se divide em duas abordagens:

  • Design Estratégico: Define o cenário geral do sistema. Isso inclui identificar os domínios, subdomínios, contextos delimitados e as relações entre eles. É como planejar a arquitetura de um prédio, definindo quais áreas existirão e como se conectarão.
  • Design Tático: Após a fase estratégica, o Design Tático entra em ação com foco na implementação do produto. Ele é responsável por modelar o domínio dentro de um contexto delimitado, utilizando padrões como entidades, objetos de valor, serviços, agregados e repositórios. É como construir cada cômodo do prédio, escolhendo os materiais e a disposição dos móveis.

O que são os Building Blocks do DDD?

São os objetos de domínio, ou seja, entidades, objetos de valor, serviços, agregados e repositórios.

  • Entidades: Objetos com identidade única e que persistem no tempo, por exemplo, um cliente ou um produto.
  • Objetos de Valor: Objetos sem identidade, descritos por seus atributos, como um endereço ou uma data.
  • Serviços: Operações que não pertencem a uma entidade ou objeto de valor específico.
  • Agregados: Coleções de entidades e objetos de valor tratados como uma unidade, com um objeto raiz que controla o acesso aos objetos internos.
  • Repositórios: Abstraem o acesso aos dados, permitindo que o domínio se concentre na lógica de negócios.

Vantagens do DDD

  • Alinhamento com o Negócio: O DDD promove uma comunicação clara entre desenvolvedores e especialistas do domínio, garantindo que o software realmente resolva os problemas do negócio.
  • Software mais flexível e fácil de manter: Os contextos delimitados e a separação de responsabilidades tornam o software mais adaptável a mudanças.
  • Código mais limpo e confiável: O uso de padrões de design e uma linguagem comum resulta em um código mais fácil de entender e manter.
  • Foco no problema principal: O DDD ajuda a equipe a se concentrar no que realmente importa, que é o domínio do negócio, evitando desvios para detalhes técnicos.

Conclusão

O DDD é uma abordagem poderosa para o desenvolvimento de softwares complexos. Ao focar no domínio do negócio, o DDD garante que o software seja construído para atender às necessidades reais dos usuários. Embora possa ser desafiador no início, os benefícios em termos de alinhamento com o negócio, flexibilidade e qualidade do código compensam o esforço. Se você busca criar softwares que gerem valor real para seus clientes, o DDD pode ser o caminho certo. Lembre-se que o DDD não é uma bala de prata. É preciso analisar cada cenário para entender se ele se encaixa nas necessidades do seu projeto. Espero que este artigo te ajude a começar sua jornada no mundo do DDD! Se precisar de mais detalhes sobre algum ponto específico, me diga!

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